O jardim de minha avó

Por mim, ficariam as flores.
Ninguém mais!
Restaria o jardim,
mas sem as dores
e algumas das lembranças que o tempo traz. 
Por mim, pararia o tempo...
Só por agora!
Levaria a paz do firmamento,
em memória dela, que foi embora.
Por mim, enquanto ainda é tarde,
esqueceria o mundo, a esmorecer.
Toda a guerra externa, sem perdão, que arde;
do lamento triste ao amanhecer. 
Por mim, viria novo dia,
prestes a raiar.
Paz em calmaria,
num lamento só.
E, do novo tempo,
este, a cultivar
cada prece é a homenagem
para a minha avó. 

[2021].

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