Amarelo cobre

Ela tingiu o céu num amarelo cobre.
Foi dor por todo o centro no instante em que voltou.
Noite mais nobre
de tempo ao relento.
E um desalento na paz que findou.

Ave, dama da desesperança! 
Desde criança te contemplo assim...
Em saudação serena,
no ar vaga plena
e a alma encerra, em noite sem fim.

Paira, sábia ao encarar meus versos.
Que neles conserve a dor do calar.
Tinge os becos, perde a rua...
Em silêncio observa
a solidão no centro, quando reluz a lua.

[2020].

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