Sereia
Sereia cantou!
Marinheiro desceu os degraus do mar...
Sereia cantou.
E afundou o navio como se fosse a vida.
Sereia cantou.
O mar consternou.
Não sobrou nem alma sob a luz da lua.
Sereia sorriu, hipnotizante.
E levou o conceito do que era certo.
Sereia insistiu...
E transformou o mar em deserto.
Sereia entoou sem piedade.
Não quis ver rosto, nem saber idade.
No mar de mágoa, sereia nada sozinha.
Teve naufrágio na madrugada...
E em serenata enluarada
Sereia transformou a costa em pó.
Não há salvação.
Não resta mais nada.
Em mar de amor,
sereia magoada,
afoga a paz do mundo e afunda embarcação.
[16 de Outubro de 2017.]