Trapézio e as bases
Minha base flutuante.
Como toda base que aprendi a amar.
Por fim, tudo é meio trapézio. Aéreo, etéreo.
Esfola, corta, sangra sem função.
Ensina, sem paz nem razão.
Tudo traz sentido e poesia. Tudo o que rompe, com a pele ou com a vida.
E se há nostalgia, me faz querer flutuar: entre os tempos, as saudades, os medos e as novidades.
Mas sem força não há retorno. Não há história. Não há reparo.
Não existe acrobacia em entremeio desenvolvo sem sentido, na conversa ou no ar.
Sem força, sem espetáculo. A gente fica assim, e só.
Aguardando novos tempos, novos vôos, novas vidas.
Que são, pra mim, como essas bases: incertas, que aprendi a amar.
[28 de janeiro de 2021].