Quizás, quizás, quizás
Coisas me contorcem lembranças e entorpecentes me tornam alguém tão etérea quanto as expectativas com as quais me presenteiam.
Sinto medo de te perder em alguma playlist ou confissão de bloco de notas.
Em devaneio desesperado me pergunto se talvez você não tenha sido um personagem lindo que minha carência criou para que eu pudesse enfrentar os dias apáticos da minha infância.
Vozes ressoam em idiomas cirúrgicos.
São aneurismas emocionais.
Entorpecentes sentimentais.
Diversos diagnósticos que não queremos ter nesses hospitais traumáticos de nossas almas saudosas.
A rotina é bolero só que eu não danço bem.
São dois pra lá, dois pra cá; e todo o resto pro fundo mais triste de mim.
O coração só fala em saudade e a memória ecoa em um só tom: quizás, quizás, quizás...
[2017?].