Alguém que more perto do mar

O meu amor não tem fronteiras entre a costa e o horizonte verde do fim de tarde. Descansa num barco de pensamentos cada vez que lembro do céu do litoral.
É como alguém que reencontra os verões que despertam perto do mar. Esse é o amor que me tem. E aos meus pensamentos.

Suporta os meus silêncios, que podem ser profundos demais. E os sons das minhas lembranças. Sabe ver as nuvens noturnas e a voz das ondas que a noite traz.
Quando passam, as horas são outras, mas já viram as vidas das manhãs. 

Eu só sei do amor que saiba ser serenidade mesmo durante as madrugadas escuras. Porque assim eu navego em paz de sol, sem solidão. Assim se pegam as mãos do infinito. 

Morar perto do mar é silêncio às turbulências que existem no peito. O meu amor mora perto do meu mar de anseios.
É turbulência aos silêncios do mundo. 
É silêncio às turbulências do mundo. 

[Janeiro de 2024.]