Uma estrela girando no ar frio da noite

Às vezes eu penso que sou uma estrela girando no ar frio da noite. Com minha saia de prata e o meu cabelo de nuvem tingindo o ar. No meio de um céu de estrelas que brilham e brincam no colo da Lua. E dormem nos instantes dos silêncios das brincadeiras para, desenfreadamente, acordar. 

Às vezes eu acho que sou livre e flutuo na imensidão de uma escura liberdade azul. Como se os ventos fossem vozes e as noites fossem canções. Eu penso que brilho nos olhos dos que me sonham e percorro as cidades, perto dos imaginários e longe das civilizações. Eu uso as minhas caudas de instantes e meus sorrisos serenos para brilhar nas madrugadas dos que sentem solidão.

É assim que eu me penso estrela. Às vezes. Depois acordo com a luz da cidade triste. Que me embala tão longe do céu, das noites dos meus sonhos. E me arrasta o dia até meu sono brilhar, outra vez, em devoção. 

[Novembro de 2023.]

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